3 de janeiro de 2011

A cantora

Eu estava com a minha mãe indo encontrar com o meu pai para um jantar de ano novo quando passamos na frente de um lugar que me trouxe uma lembrança: o Barnaldo Lucrécia.
Em outubro de 2009 eu fui nesse bar com a minha mãe para comemorarmos o aniversário dela. O bar é uma delícia (tanto que voltamos lá no aniversário seguinte), o ambiente super gostoso, do jeito que a gente gosta... e tem música ao vivo.
Sempre gostei de bares com música ao vivo e acho que herdei isso da minha mãe, que também adora. Assim, conseguimos uma mesa para duas pessoas bem na frente do palquinho, de modo que ficávamos na cara da cantora.
Era uma moça jovem, com o cabelo liso bem escuro e um sorriso maravilhoso, mas quando chegamos eu ainda não tinha percebido esse detalhe. Ela tinha uma voz linda e um repertório perfeito! Tocava as melhores músicas de MPB, aquelas que eu mais gosto, e tocava muito Ana Carolina e Cássia Eller, duas cantoras que eu sempre admirei.
Ao longo da noite eu e minha mãe só bebemos cerveja e comemos algumas porções. Estando bem na cara da cantora, quando eu virava para o palco ela sempre percebia que eu estava olhando e olhava de volta, assim como quando ela olhava pra mim eu podia perceber.
Durante toda a noite percebi algumas olhadas dela, mas considerei como um ato simpático, já que ela parecia ser um amor de pessoa mesmo. Mas com o tempo percebi alguns sorrisos mais empolgados e algumas olhadas aconteciam em determinados momentos das músicas que davam a entender que talvez o que estava acontecendo ali não era apenas simpatia...
Fiquei intrigada com ela e na pausa que teve no show para que ela descansasse e pudesse beber um pouco de água eu fiz questão de ir ao banheiro e passar perto de onde ela estava sentada, para dar uma boa olhada e ver se estava acontecendo alguma coisa mesmo, mas não concluí nada.
O show voltou, continuaram os sorrisos e as olhadas e algum tempo depois percebi a minha mãe notando que algo estava acontecendo. Senti um impulso de retribuir os sorrisos de verdade - porque eu já estava retribuindo involuntariamente desde o começo -, mas achei que seria inadequado.
Fomos embora e no dia seguinte minha mãe comentou da cantora 'sapatão' que ficou interessada em mim no Barnaldo Lucrécia.
Até hoje não sei e nem teria como saber se a tal cantora realmente teve algum interesse ali, mas na época com minha convicção hétero, com meu namoro já acontecendo e com minha mãe sentada na minha frente, dificilmente teria acontecido alguma coisa entre eu e a cantora, mas às vezes fico pensando se algum dia ainda não encontro com ela em algum bar por aí... ah, essas cantoras!

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